A Estratégia dos Açores para o Espaço pretende ser um instrumento para capitalização dos benefícios do desenvolvimento desta indústria no país e na Região Autónoma dos Açores, coordenado pelo Governo dos Açores, em articulação com a Agência Espacial Portuguesa e os seus parceiros nacionais e internacionais num horizonte temporal até 2030. Através da promoção do potencial geoestratégico do arquipélago, no que ao desenvolvimento do sector espacial diz respeito, o Governo dos Açores pretende oferecer às comunidades espaciais (nacional e internacional) um vasto leque de oportunidades, para basearem a totalidade ou parte da sua oferta de serviços e produtos relacionados na Região Autónoma dos Açores.
Dadas as suas especificidades naturais e o posicionamento central no Atlântico Norte, o Arquipélago dos Açores constitui-se como local geograficamente privilegiado, uma vez que é historicamente um elo entre os dois lados do Atlântico. Quer seja, como aconteceu no passado, a nível comercial ou militar ou, como se pretende, na exploração conjunta de atividades relacionadas com o Espaço e os oceanos. A singularidade do arquipélago traduz-se na forma como, por exemplo, está localizado na ultraperiferia do centro decisório europeu, ainda que no centro de uma Zona Económica Exclusiva de quase um milhão de quilómetros quadrados. Como tal, a extensão da plataforma continental portuguesa, aliada ao facto de, no arquipélago, existirem infraestruturas de comunicação avançadas, um fácil acesso ao mar profundo, uma baixa ocupação do espectro eletromagnético, um afastamento em relação a rotas marítimas e aéreas densamente frequentadas, para além da sua identidade geológica, nomeadamente a sua génese vulcânica, a sua distribuição geográfica e o seu clima temperado, acabam por ser o conjunto de fatores que nos permite afirmar que a Região Autónoma dos Açores reúne um conjunto de características únicas que vão não só ao encontro das necessidades da indústria aeroespacial mas também de todo o tipo de atividades comerciais ligadas aos oceanos.
Princípios orientadores
a) Alinhamento e complementaridade com as estratégias espaciais nacional e europeia.
b) Primazia da segurança e bem-estar das pessoas e sustentabilidade ambiental.
c) Inclusão regional, em benefício da economia de todas as ilhas e dos seus habitantes.
d) Potenciação do papel histórico do arquipélago, afirmando a centralidade atlântica da Europa através da Região Autónoma dos Açores.
Posicionar os Açores enquanto hub atlântico, concretizando o seu reconhecido potencial para o desenvolvimento de atividades relacionadas com o Espaço, reforçando a posição nacional e europeia no setor. Quer no que a autonomia e resiliência para acesso ao Espaço diz respeito, como através do fomento do empreendedorismo, da aplicação e da utilização de dados espaciais, num horizonte temporal até 2030.
Objetivos estratégicos
Objetivo 1: Crescimento económico – Estimular e promover o contributo das atividades espaciais na Região, através da atração de empresas, para o desenvolvimento da economia açoriana e a criação de postos de trabalho qualificados em áreas de inovação.
Objetivo 2: Desenvolvimento de capacidades e competências – Acelerar e potenciar as capacidades de investigação e desenvolvimento na Região, para fomentar o conhecimento e a aprendizagem das ciências, engenharia, tecnologia e aplicações relacionadas com o Espaço e com as ciências aeroespaciais.
Objetivo 3: Aumentar a visibilidade –Concretizar o potencial e aumentar a visibilidade da Região enquanto plataforma atlântica para atividades relacionadas com o Espaço.
Desenvolvimento do setor downstream - aplicações com base em dados espaciais.
Instalação de locais de ensaio para tecnologias espaciais e integração de redes in situ.
Promoção do acesso ao Espaço.
Fomentar a investigação, o desenvolvimento e a inovação sobre o Espaço.
Divulgação, educação e cultura científica para o Espaço.