O Teleporto de Santa Maria nos Açores, é uma infraestrutura do setor espacial português, operada e mantida pela Thales EDISOFT Portugal. Conta com uma área de cerca de 5,5 hectares e alberga um conjunto alargado de infraestruturas incluindo operadores espaciais privados internacionais no segmento “New Space”, que operam na área das comunicações por satélite, recolha de dados de observação e monitorização de atividades na superfície da Terra, rastreio de objetos em órbita, entre outras.
O contínuo apoio da Região Autónoma dos Açores tem sido determinante para a continuidade destas atividades e para a promoção do setor espacial na Região.
As primeiras atividades do Teleporto desenvolveram-se em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA) em 2007, no âmbito da instalação da estação de seguimento e rastreio dos lançadores Ariane 5, Vega e Soyuz (rede ESTRACK). Esta estação desempenha um papel determinante em determinadas janelas temporais durante os lançamentos já que recebe telemetria relacionada com os parâmetros de voo dos lançadores que envia para os centros de controlo e comando.
Em 2013 foi inaugurada a Galileo Sensor Station, responsável pela monitorização da constelação de posicionamento global Galileo, o sistema de navegação por satélite (GNSS) da União Europeia, gerido pela Agência Europeia para o Programa Espacial (EUSPA). Esta estação inclui uma antena omnidirecional e duas antenas VSAT que ligam esta infraestrutura à rede mundial do Galileo Ground Segment. Atendendo à suas características e enquadramento na rede Galileo, esta estação é considerada uma infraestrutura crítica nacional.
O EPS-SG é a próxima geração de satélites de órbita polar da EUMETSAT, seguindo as missões bem-sucedidas anteriores.
Esta próxima geração, seguindo o programa EUMETSAT Polar System (Metop), garantirá a continuação das observações meteorológicas da órbita polar no período de 2022-2043.
Este equipamento para TT&C (Telemetria, Seguimento e Comando) concessionada à Thales Edisoft Portugal, pela Agência Espacial Portuguesa, possui capacidades únicas em Portugal. A exploração desta antena visa capacitar o ecossistema espacial nacional, promovendo o desenvolvimento das ciências e tecnologias do Espaço e a promoção da inovação e do emprego científico, nomeadamente na ilha de Santa Maria, contribuindo também para alavancar o ecossistema espacial dos Açores. Esta antena de 15 metros, de elevado desempenho, destina-se ao controlo e comando de satélites e missões espaciais nas bandas S e de banda X, com um desempenho semelhante às estações terrestres ESTRACK de 15 metros da Agência Espacial Europeia, e com capacidade para missões fora das órbitas terrestres.
Este segmento de atividade tem vindo a ser explorado cada vez mais intensivamente no Teleporto com o aparecimento, um pouco por todo o mundo, de um conjunto de protagonistas que atuam no setor privado.
A importância geoestratégica e condições singulares do arquipélago dos Açores têm permitido atrair esses atores que se dedicam a atividades tão diversas como o SSA (Space Situation Awareness) que através dos sensores aí instalados melhoram a capacidade de monitorização e recolha de dados de objetos em órbita para assegurar um correto conhecimento situacional do Espaço e evitar a ocorrência de acidentes (nomeadamente, colisões).
Outros desses atores internacionais, aproveitando mais uma vez o posicionamento geoestratégico do Teleporto, estendem a sua rede de antenas de comunicação satélite para integrar a sua rede global, enquadrado no conceito GSaaS (Ground Segment as a Service). Este é um conceito de solução à medida no segmento terreste para suporte a operadores de satélites.
Atualmente o Teleporto acolhe diversas antenas das bandas de VHF, UHF, S e X de última geração, capazes de receber dados de satélites de órbita baixa ou de enviar dados de telecomando para esses satélites.
